António Júlio Limpo Trigueiros (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

O cerco e posterior expulsão dos jesuítas dos Colégios de Coimbra, a partir de 15 de Janeiro de 1759, enquadra-se no gigantesco processo de desmantelamento da Assistência de Portugal da Companhia de Jesus e no quadro ideológico do regalismo e do despotismo esclarecido que lhe subjaz.  Em Coimbra, no colégio de Jesus (destinado à formação dos jovens jesuítas) e no colégio das Artes (escola menor da Universidade para alunos externos), no ano da expulsão, habitavam cerca de 230 jesuítas,  a que se juntaram mais trinta trazidos de outras casas. Caracterizando o "status" dos efectivos membros da ordem que viviam e ensinavam nos Colégios de Coimbra, com base nos catálogos setecentistas, procuraremos descrever o modo concreto, como em Coimbra se aplicaram as três grandes medidas implementadas pela política pombalina com vista ao extermínio da Companhia de Jesus em Portugal: prisões, secularização e desterro. A partir dos relatos coevos do Padre José Caeiro e de outros cronistas, podemos conhecer de modo detalhado todo o processo.

Reconstituiremos, de seguida, sumariamente o percurso geográfico efectuado pelos exilados ao longo da segunda metade do século XVIII pelos territórios do Estado Pontifício, dando especial atenção ao destino dos professores de Coimbra.

Jesuítas – Ensino Médio – Expulsão – Exílio – Supressão